sábado, 27 de dezembro de 2008

2009


Sensações de fim de ano são coisas inexplicáveis, mas eu como sou teiomosa insisto em descrever o que não se descreve. E assim vão passando por mim lembranças do ano que vivi, e lembranças de natáis passados. A memória traz a tona sensações que pareciam adormecidas e abranda ódios e temores que pareciam ser intranquilizáveis.
Ou o contrário.
E é inevitável, o balanço...
e dependendo do balançar tanto vem em nós a sensação de dever cumprido
quanto de evolução...

passam pessoas que vem e se vão

passam pessoas que ficam...

e no fim de ano escolho sempre as sete maravilhas do meu ano, e nomeio uma pessoa em especial, aquela que é um verdadeiro presente...
relembro quem devo reencontrar que está fora da minha vida e deve a ela voltar
Desenho no caderninho de minhas idéias fantásticas uma espécie de desfile carnavalesco que passará na passarela do ano novo que chega...
Coloco em destaque sonhos
multiplico alegrias ...
e sempre vislumbro uma meta a cumprir...
para 2009 a meta é uma viagem...Uma sensacional viagem!!!

em 2008 não coloquei -me metas
apenas deixei o rio da vida me levar
Mas não posso reclamar, pois o rio da vida me trouxe boas coisas
me levou velhas coisas que já não mais queria
talvez pudesse ter ido mais longe
mas se fosse mais longe é bem possível que encontros imprevistos não tivessem se sucedido...

então o que dizer de 2008
perfeito
em seu ócio criativo
em seu mundo virtual
em seu lado artístico

Penso que 2009 mudará o rumo de minha vida
e penso em tudo o que quero

penso na volta ao mundo
nas infinitas rotas a percorrer
nas parcerias a estabelecer
e sorrio

ah ano novo
venha cumprir em mim o que se propõe

dizem que na vida somos Rio ou cavalo
Rio quando deixamos a vida nos levar
cavalo quando temos as rédeas de nossas vidas e vamos onde queremos.

Para 2009 quero ser cavalo sim
ter as rédeas de minha vida
ir onde quero

mas não nego
que sempre espero o momento Rio
que tráz surpreendentemente até nós exatamente aquilo que queremos
que nos leva inusitamente a lugares que não pensávamos ir
que traz pessoas que sonhamos, mas não cremos que de fato existam

o que desejo é simplesmente que a vida seja BELA

e por que não desejar que 2009 seja um 'Marco' em minha vida

Pois é assim
2009
na integralidade
luz do sol
mar
ar
teatro
e viajar...

E tudo o mais de bom que rime com AR e MAR

e

AQUELE ABRAÇO!!!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Só você manda em você


Volta e meia eu escrevo ou falo de vozes, de palavras de pensamentos, mas tudo isto se resume numa única coisa: energia. As vozes que escutamos, e que sempre nos acompanham , podem até parecer esquizofrenia, para quem não permite mover-se por seu caminho pelo coração, pela emoção e em especial pela intuição. Para quem não se permite verdadeiramente fazer o que tem vontade.
É claro que não é fácil convencer um monte de pessoas diante de num frenesi de fim de balada, onde os afetos emocionais da gandaia necessária, unidos ao entorpecimento do álcool e a adrenalina proveniente da comunhão com os amigos, de tempos ou de ocasião, ainda estão a flor da pele.
Mas quando a voz bate, dá o aviso, faz-se crucial sucumbir...
É mais ou menos como a vontade indescritível de tomar um caminho diferente num determinado dia e reencontrar alguém que a gente não vê há muitos anos, ou então o imprevisto que nos leva a conhecer alguém especial.
Esta sensação, de mudar de caminho tanto pode levar o nome de pressentimento como de intuição, e é espontânea. E nós também temos que ser.
A espontaneidade é o que faz a vida mais leve. É o poder de escolher-se o que se tem vontade que faz toda a diferença, mesmo quando gera risadas nos outros.
Minha semana começou junto a antigos e novos afetos, na balada, rindo.
Depois veio o lanche na madrugada chuvosa...
As narrativas das histórias da noite que passara.
Eu que passei a noite só dançando, tive de histórias apenas as coisas que observara.
Fui a exceção da regra no final da balada, o motivo do riso. Mas não me incomodei, pois havia alcançado o objetivo a que me proporá: dançar.
Risos e mais risos...
Hora de retornar!
Decidi que tinha que mudar de carro. Não quis embarcar no carro do garoto que me conduzira da boate até a lanchonete.
O cruzamento de uma esquina logo adiante me deu a resposta...
O sinal vermelho de madrugada ainda piscando.
Na preferencial o ônibus...
Pela rua o carro.
No cruzamento: colisão.
Meu pensamento: eu fiz a opção certa.

Nada grave!!!
Mas o impacto de um acidente sempre fica, e para quem o vivencia na pele permanece por alguns dias.
Mesmo tendo mudado de carro o envolvimento foi inevitável e assim quando o dia amanheceu de fato,eu já tinha andado no carro da polícia e presenciado o triste amanhecer nos corredores de um hospital, o caos da saúde pública brasileira, pessoas no corredor, soro, tosse, gemidos. E eu a acompanhante do motorista do carro que me neguei a entrar. Discussão com um médico prepotente. Minha respiração diafragmal controlada no ar sufocante da emergência do hospital. Próxima parada delegacia. Depois o passeio de táxi para entregar o acidentado em casa e resgatar minha mochila. E assim o fim de semana fundiu-se com o início da segunda feira...
No ônibus agradeci a Deus por ter me avisado para não entrar naquele carro, rezei pelas pessoas do corredor do hospital, pelos doentes físicos, mentais e espirituais... Pelo médico antipático e por seus pacientes. E pedi luz a todos.
A chuva fina passou para dar lugar ao sol, como se Deus me dissesse:
‘Aí está a luz que parte do teu coração para iluminar o início da semana. ‘
Comecei então a reparar nas pessoas que subiam e desciam do ônibus, e os guarda-chuvas que carregavam. A seriedade de umas, a preocupação de seus rostos, suas posturas, seus olhos de sono.
Infinitos mundos e histórias...
‘O cobrador’, era uma garota bonita de olhos tristes, ou cansados, não sei ao certo. Brincos de borboleta... Peguei carona nas asas das borboletas de seus brincos e voei...
Quando ia observar o motorista, meu olhar pousou na marca do ônibus: Marcopolo...
E na manhã de raios de sol dourados, meus pensamentos pegaram outro rumo...
Embarcaram nas rotas de Marco pólo...tempo e espaço...paciência, sono...
Adormeci...

E assim a semana iniciou!!!



Para você que me lê:
Atenção aos cruzamentos, aos semáforos vermelhos do trânsito e das esquinas de seu pensamento! Cuidado com as preferenciais. Quem vem pela preferencial pode lhe destruir!!!
E se algo estiver em alerta no seu íntimo... Não vacile!!! Mesmo que lhe digam o contrário, só você pode mandar em você!!!
Aquele abraço!!!



segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Corazón espinado


Eu queria criar uma boa desculpa para escrever aqui hoje, mas nem ao menos descobri algo em especial que se comemore neste dia...
Na verdade eu queria ser menos boba do que tenho sido, não só agora, não só na vida de momento, mas na vida toda...
Eu queria verdadeiramente ser um pouco mais objetiva, e bem menos utópica...
Queria ouvir mais e falar menos...
Queria fugir do 'queria'...
e escrever apenas quero...e logo depois do quero: posso!!!

Quando paro para me analisar, me acho a dengosa...e aí vem a imagem da gata miando:

"para de miar Luciá ...fala de uma vez!"

(meu irmão certa vez me definiu assim numa carta:
mia mas não é gato...)

Viu só ser assim tola, enrolada, manhosa, dengosa...faz parte de mim...
e eu nem sei dizer se acho isso ruim ou bom...


Ser a gata!!!

"E aí gata como você tá?"

Dá uma raiva disso...mas antes gata do que cobra,
antes gata do que cachorra!

"minha gata!"

possessivo demais para meu gosto...
mas tão arrebatador, que acho mesmo que melhor é ser gata de alguém do que gata vira lata...mas eu ???

"Fui barrada na portaria sem filé e sem almofada..."

almofada...
guerra de almofadas, é a guerra que vale a pena...
e depois deitar no chão, entre as almofadas para morrer de rir...e rolar ...virar cambalhotas, ver quem consegue ficar mais tempo plantando bananeira sem apoio da parede... e sabe se lá!!!

Acho que é isso que tá faltando no meu estilo gata de ser, o que tá faltando para gata dengosa...
é almofada...

Descobri!!!

Tá faltando almofada na minha vida...
Minha vida tem andado meio tatame!!!
Colchão ortópédico!
NÃO...
me dá até medo...

Rede sacoleja demais!

Mas cama de almofada...é bom demais, por que os motivos que conduzem a cama de almofada são sempre inusitados e passageiros...E, sei lá, me dá sempre a impressão que aquelas coisas que sabemos que são passageiras, rápidas, meteóricas, são as melhores...
Acho que é como o tal barato de lança perfume, nunca testei mas dizem que é assim: dura apenas o tempo de um zumbido no ouvido e tudo fica colorido...
É como a paixão de carnaval...

Terrível constatação: não provei nenhuma nem outra...

Mas não posso reclamar almofadas não faltaram na minha vida:
fofas...pequenas, grandes, coloridas,redondas, retangulares...

Mas há algo que não suporto, me dói de ver!
São aquelas pequeninas almofadas de alfinetes...

Minha mãe confeccionou várias para dar de presente...e me deu uma em forma de coração ...e então fiz o que ela me ensinou que jamais se deve fazer: recusei o presente, que chamei de 'coração espinado'...

Me deu até um negócio, uma dor no peito, senti o sofrimento da almofada (coração) de alfinetes. Tive que conter o choro...
Eu digo; eu sou muito boba!
Animista demais da conta...

Na hora me veio uma música do santana, que dois uruguaios perdidos no Rio de Janeiro cantavam dentro do ônibus 107 numa manhã de sol...

"ah ah ah corazón espinado! "

No dia seguinte ainda me dei ao trabalho de arrancar todos os alfinetes de todos os corações, que minha mãe fez...
E fiz ela prometer que não faria mais almofadas, em formato de coração, para espetar alfinetes.
Ela riu...

Eu até acho graça desta maneira infantil e imatura que tenho de olhar para certas coisas...
Tem dias que odeio esta mania que tenho de poetisar tudo!
Mas eu sou assim mesmo, extremamente boba...

As vezes a mínima coisa pode ter a força de um alfinete gigante, em meu bobo coração!
E dói! Eu supero é claro ...mas, fica a cicatriz, fica a dúvida:
Será que eu é que sou sensível demais a tudo, a todos...ou a vida é assim como um alfinete pungente?
O pior é que sei que meu coração não é forte como a almofada de alfinetes da Dona Maria!

Acho que mesmo ele sendo a razão da minha genialidade (ou pseudo genialidade)
não suporta não ser ...
Mau coração não suporta o alfinete sem gemer ...
E não sei quem foi que disse que coração apaixonado tem flecha de cupido...
não, não e não ...

Coração apaixonado é iluminado, brilhante!
Sensível sim!
Mas não me venha com esta hipócrita idéia da dor de amor,
da flecha,
do alfinete!
Com a justificativa
que mulher gosta de sofrer
que coração que ama sofre.


Amor não é alfinete!
Amor é almofada!
Guerra de almofada!
É rolar entre almofadas...
como gatos...

"um dia gatinha manhosa eu prendo você no meu coração..."


Coração de almofada, por favor! Para que eu possa me acomodar, deitar e rolar.

Tá aí ...acho que dia 3 de novembro deveria ser o dia mundial da almofada...

Almofada para gatas e gatos manhosos!!!

Isso é maravilhoso, mesmo eu tendo consciência de que o que eu queria era me livrar da imagem da gatinha,
da manha,
do miado!

Talvez melhor fosse ser a onça,
ou

"a tigresa de unhas negras e iris cor de mel ..."

Poderia dar lugar a algum coração espinado que quisesse para mim cantar...

"uma mulher uma beleza...que me aconteceu"...

para ser sincera acho até que algum dia alguém cantou isso para mim ...
passado longínquo
tolices adolescentes
a música é êfemera
não se sustentou com o tempo
passageiro
como cama de almofada
de férias
para visita inusitada

tempo ...

O que sei é que como sempre, não disse o que queria dizer...

E lá se foi um pedaço de tempo ...

Almofada do meu viver...

Aquele abraço,
aconchegante como almofada...

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

halloween...em mim




Madrugada vazia em sexta feira de halloween...
quietamente perdida no caos fascinante do tropicalismo sul americano.
Melhor seria soltar a bruxa, pegar minha vassoura e sair voando...

Por aqui ...

por aí

e vapt ...

e vupt...

Deixar a abóbora na encruzilhada para ver se vira nave transcedental de última geração,
sem necessidade de madrinha,
fada,
condão...
apenas meu ritual
gaúcha a rodar sua baiana ,
de nome chave,
sem suspiro ou vacilo, (lentes de contato-OK)
cinto e pronto
Pega de primeira, não precisa combustível... e se vai!!!
(sem necessidade de IPVA, CND...e siglas a pagar e ainda com som ambiente de qualidade).
Tô perdida ... lá vou eu pela rua para ver se lá fora há algo que possa preencher o vazio IN que inexplicavelmente me completa...



a praia... o chuá chuá chuá...

rima com meu nome...





vejam só! tem alguém a me chamar!



Fala, pode falar...

loucura...

esquizofrenia!!!



ouço tanta coisa que nem me atrevo a acreditar...
nomes perdidos em meio a espuma...
quietude, tem mar no nome... bobagem!!!



Sossega guria!



Silêncio ...



que pedaço ...
calma!
Pedaço de mistério,
hum... fatia de encanto: fascínio!
ansiedade a ser saciada ,
fome...?
talvez!!!



sim

não

não sei

depende...

È isso que dá não querer encher a cara
abandonar as loiras geladas
os cowboys
as caipiras
entorpecida com suas estonteantes e fantásticas utopias já estaria no além mar...

mar...
mar...

mar... o que é que eu ia dizer?


Não...não digo! quando quero mesmo, não sei ser direta!

incomoda!!???
Se todo o incômodo fosse assim...
Ansiedade nevrálgica e estomacal de madrugada...

Dureza mesmo é já não ser a primeira amante do amante número um!
Não vou negar ...sem ele as noites ficaram estranhas...
eu achava que nem o amava tanto assim
que tudo era flerte na solidão da madrugada virtual, entre palavras, teclado, tela, sonhos... seu aroma quente a me arrebatar!!! Foi triste abandonar meu mouro companheiro de longa jornada noite adentro
sem palavras ele preenchia minhas idéias e sensações
mas não quis mais saber dele
entre a morte da antipática gastrite
e nosso devasso amor boêmio...



Perdão!
Optei matá-la...
destruí nosso triângulo amoroso...
não havia como matá-la sem te abandonar!!!
E agora cá estou...
sem ela a me corroer
sem nosso romance quieto a me excitar
sem teu sussurro aromático, sedutor!!!

minhas idéias brancas
minha cuca quase vazia
sem teu fog a noite perde sua melodia
é como violão calado
teatro fechado



Vou virar santa...não é possível... e não será Maria nem Joana...
sem café só falta mesmo deixar o corpo
abandonar-se

grau de tensão zero...

e o corpo inerte prá lá

e prá cá...

uau!!!

Vou sobreviver!!!



Meu olhar perdido observa o mar
como índia
tupiniquim
carijó
olhos fixos no horizonte
onde estão as velas em alto mar?

cadê a cafeína?
a larica?
o chocolate?
não é possível, vou virar gente normal...
ou quem sabe lenda urbana
dom para transcender...

loira burra?! não, obrigada!!!
Mas uma e outra ilusão por que não???
com ou sem bruxas...
boas ou más...

happy end...
end..end..end...

que besteira end é o fim!
todos fins tem os seus meios,
e cuidado para não se perder nos meios e não alcançar os fins!!!
a conseqüência do fim é o começo!!!
logo ali ... renovação...
e assim sendo,
lá está o outro lado da razão

de razão não tem nada,
tá mais para emoção

tranquilidade provinciana
cosmopolita loucura
tenho mesmo que sair deste haloween insensato que armei em mim mesma ...
Mas e a cova dos leões cadê?

E as rotas... e eu?
e as bruxas?
e o ritual ? e a abóbora...?

sem cafeína aguardo a época do morango com chantily...

É isso... adeus ao café com gastrite !
Apartir desta noite solto as bruxas presas na barriga
vou deixá-las partir...

e que venham os morangos com chantilly!


Quer saber, vou dormir, pois a abstinência, do café e de tantas coisas tá fazendo efeito!
batuque de tamborim!!!

seja como for, seja o que for



" a minha alegria atravessou o mar e ancorou , na passarela..."








Aquele abraço...







_________________________
sabe como é as imagens saem do google:
http://faubin.quadrinho.com/wp-content/uploads/2008/01/cafe.jpg
http://versus.blogs.sapo.pt/arquivo/Morangos.jpg

sábado, 25 de outubro de 2008

Duvidosas Certezas



Olho pela fresta da janela apenas para ter certeza que a sonora sinfonia que chega aos meus ouvidos não é um sonho.
Chove a cântaros!
Dúvida.
Devo levantar ou seguir deitada!?
Ao meu lado a mochila parece querer dizer-me algo! Quase pronta espera cumprir sua nobre função de pôr-se junto as minhas costas em movimento, por terra ou por céus, para o norte ou para o sul.
Tirando a fúria oscilante da chuva o silêncio reina.
Em meu íntimo como de costume há um certo caos: burburinho de aeroporto em véspera de feriado. Uma conferência de opiniões diante do guichê que me encontro parece querer decidir algo. Basta uma mirada e pronto todos se calam.
Vou viajar sim! Apenas troco o destino e o meio de transporte.
Não queria ir...
E a negação não era de inércia, ao contrário de medo...
E assumir isto é o que me dá raiva!
Medo!
Medo de que meu Deus?
Finjo não entender a resposta que me chega...
Desconverso!

Olhares maliciosos e piadas inconvenientes...
Eu sei que falaria em poucas palavras o que tenho engasgado na garganta como um enorme sapo...
Desconforto geral...
Perguntas que eu me negaria a responder, e pronto...
Para não explodir no momento inoportuno, o sapo daria lugar a um elefante.
Ainda bem que chove...
Certeza...
Eu não devia ir!
Momento inadequado para ser verdadeira ou cínica...
Ser boa atriz é atividade que exerço bem nos palcos, mas não na vida...
E assim mesmo, quero sempre a expressão mais verdadeira...
Melhor viajar...
Fico aqui indo onde não posso neste instante ir!
Opto pela viagem na velocidade da luz de meus pensamentos.
Como se pintasse uma tela, principio a viagem transcendental de sábado chuvoso, colorindo lugares, momentos, e pessoas...
Negação!
Não ...
Vontade!
Como se criasse um novo espetáculo vejo surgir personagens, cenários, palavras, gestos...Toda uma atmosfera vai se formando tendo como trilha sonora apenas as gotas cadenciadas de chuva.
Quem se atreverá a dizer que esta não é uma viagem real de fato?
E tudo, exceto a chuva, da viagem de meu espetáculo particular é perfeita...
Não vou duvidar...
Afinal de contas que certeza temos nesta vida?
Eu ontem deitei certa que hoje iria para o sul...
Bastou o tempo impor-se para mudar minha certeza...
Fica apenas a dúvida se eu de fato não deveria ter ido, e se de fato a viagem que empreendo agora na tela de minhas idéias será certeza, ou dúvida...
A resposta?
Deixo com o tempo...
Ele dirá, seja no correr dos ponteiros...
Ou pelo clima que se formará...
A mim cabe correr os riscos...
Querer!
Certeza e dúvida são dois lados de uma mesma moeda, que eu acabo de jogar no ar...
O rumo que quero já percorre as rotas de minhas idéias. Viaja em meu querer!
E querer é poder...
E não querer também...
A chuva...
Eu não queria mesmo ir!
Eu aguardo...
Me aguarde!
Refaço a mochila com calma!
Deixo o medo de fora!
Libero espaço para as incertezas do caminho!
E hoje sem ir, já fui!

Aquele abraço!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Carta de um prólogo de madrugada



Eu escrevo cartas...e enquanto existir neste transitório mundo: caneta, papel e sentimento; pretendo seguir escrevendo-as...Não existe tecnologia que consiga vencer a magia das cartas ... com a trajetória letra a letra no papel...e assim linha a linha, a emoção, as idéias, as narrativas; todas impressas não apenas no papel, mas sobre tudo no ato poético e onírico que é ter a capacidade de por sentimentos e idéias dentro de um envelope...
Melhor que o deleite de escrever uma carta é o prazer de receber uma...é a resposta ... É o ritual que esta pessoa se permitiu para lhe dizer algo ...Mesmo sabendo que o telefone está ali ao alcance da mão, o celular na bolsa e a internet diante de nossos olhos... a carta tem e sempre terá uma energia que não pode ser comparada a nenhum outro meio de comunicação ... ela é emoção e energia ... é comunhão, culto silencioso, pedaço de tempo dedicado... atenção!
Carta respondida é um pedaço de alma que se troca... O dom de trocar cartas é quase telepatia...
E embora esteja eu aqui fazendo apologia a este ato fascinante... não tenho praticado esta arte. Há quase um ano a pessoa que mais trocou cartas comigo nesta vida...foi para um lugar onde cartas não chegam ... e se chegam ...sou ainda incapaz de saber o endereço ...
Volta e meia pego, como que num hábito de muitos anos, a caneta e o papel para escrever-lhe algo sobre teatro, sobre o que estou criando, e anseio saber sua opinião ... Aí lembro que faz um ano que não tenho com quem dividir certos anseios...( e parecia que nos falávamos tão pouco...)Faz um ano que a segurança da resposta é impalpável no meu corriqueiro ato de escrever cartas...
E então me ponho a pensar o que ele me diria diante dos infinitos anseios que tenho tido a respeito da nossa arte e dos caminhos que já não sei se devo seguir... e dos tantos que vejo surgirem ...E é inevitável não sentir pulsar em meu peito a paixão pelo teatro que ele tanto fortaleceu em mim ...
Saber que a aprovação, a sugestão e as palavras não me chegam mais pelo correio me faz sentir um tanto quanto vazia... sei que ele não gostaria de ver o vazio que há em mim fruto desta ausência de resposta às minhas cartas...
Longe de mim querer tirar o seu sossego...
Eu sei que isso é um apego, mas neste prólogo de madrugada não temo esconder os sentimentos, defeitos, fraquezas... e em especial as saudades...ah as saudades...
Elas me aniquilam e me fortalecem numa mesma dose... e entender o que é saudade até para quem sabe o que ela é sempre é algo difícil ...por que cada um tem a sua forma de ter saudade... Bela palavra, praticamente intraduzível , seja para os outros idiomas ou para a ato de conceitua-la diante da imensidão que ela encerra...do infinito de sentimentos que ela coloca em ebulição em quem a sente...
E a minha saudade neste prólogo de madrugada é esta ...a de escrever cartas...a de receber cartas...
Ter a segurança que a carta que vai não é um tiro no escuro, não é ação sem reação...por mais que demore voltará...ainda que as palavras contidas nela fiquem aquém de nossas expectativas ...
Ah Paulo não foram só os palcos que você deixou vazio, deixou também a minha caixa de correios...e fez com que os envelopes, selos e canetas perdessem um pouco da sua significação...
Quanto a mim...me perco na vontade de encontrar significado a tantas e tantas coisas que parecem já não ter significados ...neste prólogo de madrugada de primavera chuvosa ...
_______________________________
A imagem...saiu do seguinte lugar ...

sábado, 4 de outubro de 2008

O que a chuva te diz





Ora...a chuva o que me diz?
diz tanto
muito mais do que se possa imaginar

Bem menos, é o que de fato conseguirei aqui falar...

Mas pode ter certeza
Que muito em mim ela diz

e embora ache que uma pergunta assim não careça de resposta
por que quem pergunta
'o que a chuva me diz'
sabe que chuva fala

e se sabe que chuva fala
já andou conversando com ela
traduzindo seus recados
de 'chuva simplesmente a chover'

E mesmo não vendo
a chuva que aqui está a cair
sabe o que a chuva me diz
E sabe que não existe poeta no mundo capaz de definir
assim em poucas linhas
em tortas e tolas palavras
tudo que a chuva está
agora neste instante a me dizer


Mesmo sabendo
que recado de chuva é coisa séria

me pergunta

talvez inconscientemente

como que para saber
se entendo deste singelo idioma
de falar com chuva
terra
planta
e ar

O que dizer a quem pergunta o que não sei se sei responder?

Pedir desculpas ...?

Ou justificar-se com a impossibilidade de defesa
que habita na indefinição do que tentava definir !?

Lamento
não existem palavras
para dizer
o que a chuva diz
...
Eu aqui tentando buscar a resposta
dançando perdida na chuva
(de minha quase)
inquietante
mas necessária solidão
e eis que surge
o belo relativo
precipitação geradora da minha chuva
'cumulus' indefinível

aparece
como quem em dia de chuva
faz visita de surpresa
vem encharcado
inunda minhas idéias
faz os cachorros latir

E não sei explicar
Tira-me a concentração...
e ainda se atreve a adivinhar
o que estou a fazer

eu no meio de um esforço louco
viro guarda-chuva de mim mesma
me perco
Até esqueço que chove


Chuva...
ah!
é este transtorno
que causa a busca
do que não vou responder

O que a chuva me diz ?
Não me atrevo a revelar


Mas sei que chuva é felicidade anunciada

(é água
e água só não é mais vital que ar
e até ele, o ar,
está ali contido nela)


chuva é mesmo uma loucura
diz tanto
sem nada dizer
ah...hoje estou de folga...

quer mesmo saber o que chuva me diz?
desvende
...

Desafio a quem ficou curioso responder!

______________
Aquele abraço!

LucY
___________________
Chuva na net ...
vale acessar:
a Imagem encontrei no meu google
'querido ' google...

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Está em tudo...


De repente parei para analisar a vida como se não tivesse mais nada para fazer numa quinta feira de outubro, como se não houvesse uma montanha de projetos me esperando...como se não tivesse que correr atrás da sobrevivência diária.
Para livrar-me da culpa que já me colocava antes mesmo de me pôr a pensar, decidi que nada era mais importante naquele instante que a minha vida...Pronto! Lá veio o raio da culpa a me perseguir de novo:

' Querida! Hello ! Sua vida não é o centro do universo! Tá pensando que é Deus!?'.

Perturbadora voz...Que clareia meu pensamento, ilumina meu coração vagabundo de artista errante...
Sabe tem dias que sou submissa a tal voz, prudente até...mas naquela quinta-feira de sol dourado que invadia meu fim de tarde tomei coragem e respondi a tal voz de meu íntimo:

"Tô pensando não. Eu sou!"

A voz se calou de repente... acredito que surpresa com minha audácia ...
Quando a voz fez sinal de responder ...f ui obrigada a lhe interomper... ( é um mau hábito meu. ..eu sei eu falo demais às vezes, questão genética talvez, mas isto não vem ao caso) o fato é que a voz queria falar ... e eu não deixei ...
Sou Deus sim, mas não um Deus que culpa, que julga, que tortura... Não sou um Deus que fica num trono gigantesco apenas vendo quem faz o que ele gosta ou não, para depois apontar com seu dedo de criador e julgar os erros da humanidade...
Acredito que sou um Deus como o que descreve o Alberto Caieiro um dos heterônimos de Fernando Pessoa: um Deus que habita em tudo ...
E não sei se alguém me ensinou isso algum dia ou se aprendi olhando para as coisas...mas penso sempre que Deus está em tudo ...e sei que tem gente que não lembra disto, que não se fortalece com a idéia do Deus presente em si...pois é bem mais simples crer que Deus está lá longe...Crer que não teremos força!!! Lamentar a Deus...
Creio em Deus como luz, como a essência de cada coisa... talvez induzida pela força de meu nome me permito sim acreditar na minha vida como um rastro de luz...E se não me sinto assim em geral prefiro me isolar para restaurar a minha energia vital, e depois espalhá-la saudável aos demais...
Prefiro sempre acreditar que todos nós temos este poder...Não gosto de olhar para as pessoas para enxergar apenas seu lado sinistro...prefiro crer no belo, não no belo superficial, mas no belo que há na profundeza de cada ser... Pensar que tudo que vivo é aprendizado!
É claro que só por que estou aqui escrevendo isto não quer dizer que eu seja uma pessoa perfeita, mas busco a perfeição a cada dia. Não a perfeição doentia, que transforma as pessoas em máquinas, que domina seus cotidianos vazios de mesmice em meio a seus repetitivos afazeres...Perfeita por que sou compreensiva e por que meu sorriso permite sim refletir um pedaço de minha alma espalhando aos outros um pouco da minha alegria de viver.

Não vou negar o lado humano do Deus que há em mim...pois ele é um pouco como os Deuses da mitologia greco-romana, que faz suas estrepolias que tem sim seus defeitos...Não vou me eximir do desejo incontido que tenho de querer transformar o mundo num estalar de dedos ...da ansiedade de alcançar utopias, do meu lado platônico...do meu lado volúvel que clama por mudanças rápidas. Também não nego o lado discretamente irresponsável de afastar-me do trabalho para filosofar sobre meu EU como se não houvesse uma infinidade de tarefas a serem cumpridas...
Mas pensar na vida é crucial... Crer na força do Deus que há em cada um de nós também...

Acabei por perceber que a voz contestatória que duvidava do Deus que havia em mim se calou...
Ouvi apenas alguns aplausos à minha calorosa filosofia existencial ao entardecer desta quinta -feira do início de outubro... depois o silêncio voltou...e foi como se minha alma tivesse sido lavada com um delicioso perfume...
Inexplicável comecei a senti-lo no ar: flor do campo eu acho...cheiro daquelas flores amarelinhas de minha infância, distantes primaveras que ainda habitam alegremente em mim, onde para toda e qualquer dúvida desfolhava o 'bem me quer ' 'mal me quer ' ...
Quer saber? Vou sair para ver o mar depois volto as tarefas mundanas...com a alegria de viver de nome Deus que há mim e em tudo...

Aquele abraço!!!
____________________
Imagem proveniente daqui:

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Sem Backspace


Voltar?
ah isso nunca...
Não volto atrás mesmo!
Voltar para buscar o guarda chuva,
voltar para pegar a velha roupa de ensaio,
ou o lanche que deixei em cima da mesa...
voltar por causa do casaco...
Dos óculos, da maquiagem...
Não!
Voltar não é comigo!
Andar para trás não faz sentido
para o meu sentido de andar!

Mudar de opinião...
até mudo...
Mas voltar atrás...
não volto!

A tecla backspace resume-se ao computador
jamais à vida
e mesmo assim faço um esforço sobre humano
para utiliza-la o mínimo possível...

Agora se a idéia for justamente deslocar-me para diante
'Em frente Marche!'
Não vou nem pestanejar!
E não preciso estar de malas prontas!
No máxima me pentear!

E pode ter certesa que não vou me atrasar!
Isso também não faço!
Demorar para me preparar?
Já me desperto pronta!
E não vou trocar de roupa na saideira...
Posso até sair incompleta!
Não é bricadeira!
sei que o caminho irá me completar...

Voltar atrás raramente vale à pena
e vacilar na saída
é não acreditar
é duvidar!

Agora se você me disser:
espera aí um pouco!
eu espero
até canso
mas só um pouco
pois esperar muito
é quase como retroceder.

E sei que o meu 'pouco' esperar
é quase sempre maior
que o de meio mundo
e mesmo assim espero
em geral acredito
Acreditar é tarefa que exerço com propriedade


Mas não vá pensar que sou boba
que vou ficar à toa
apenas a esperar...
Na espera também ajo
pode ter certeza
e não adianta querer me enrolar

espero impaciente sem titubear
até por que se não esperar...
terei de voltar!
ah e voltar...
voltar eu não volto!
não adianta nem tentar!
Se for por um abraço...aí posso relevar!
Aquele abraço...
_________________________
Sem vacilar
LucY

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Reflexões de início de primavera




É engraçado que às vezes sejamos insuflados a pensar em coisas que são de suma importância para nossa vida justamente por pessoas que pouco nos conhecem. Embora eu acredite que o fato de conhecer alguém não está ligado ao tempo de convivência; pois tem gente que passa a vida ao lado de nós e não nos decifra, não nos lê. E de repente, do nada, inesperadamente surge alguém que praticamente nunca te viu, e toca direto no ponto nevrálgico. Mesmo sem olhar nos teus olhos, mergulha na sua alma, e percebe justamente aquilo que os que estão a sua volta nunca perceberam. E estas pessoas parecem seres mágicos, mas o mais genial é que são de carne, osso e sentimento como a gente.
E são justamente estas pessoas sensacionais que dizem algo que acaba por tirar o seu sono. Não tirar o sono para “remoer pequenos problemas” . Mas sim tirar o sono para te levar aquela reflexão, o mergulho no seu ‘nada sei’, no seu interior...que na verdade é ‘tudo sei’. Pois mesmo que se encontre mergulhado em dúvidas sempre lá no fundo nosso coração sabe o que quer, mesmo sem admitir. E não falo aqui do coração apenas no sentido de ‘amor I Love you’, mas do coração como guia na amplitude de tudo que vivemos e temos por viver.
E assim foi que esta sensacional pessoa me questionou. Aqui nesta descrição suprirei seu nome, ou melhor, substituirei como se fazem naquelas colunas de comportamento de revistas femininas ou de jornais. Dar-lhe-ei o nome de Marco...Pois bem!!!
Marco me perguntou se eu conseguiria viver sem teatro ...E Marco não tem a menor noção do nó que pôs nas minhas já complicadas idéias!
É claro que sei que em geral não sabemos do que somos capazes até sermos impelidos pelo destino a vivenciar.
Mas não foi na hora que a pergunta de Marco fez efeito em mim, mas sim na madrugada. E não foi apenas uma simples madrugada, foi o fim do inverno, despontar da primavera. Madrugada inteira até o dia nascer e dar maior clareza às infinitas questões que surgiram com ’a questão Marco’.
No primeiro momento imaginar isto, foi me ver em carne viva, foi sentir-me sem pele, sem cor, sem essência! Mergulhei em tantas lembranças, fui da minha alegria a alegria do olhar do público. Da sensação do aplauso à da barriga vazia. Das infinitas viagens aos magníficos personagens, do figurino à maquiagem.
Lembrei do quanto bati o pé com minha família (e acho que sigo batendo) por seguir este caminho. Mas nada foi mais forte que a lembrança do primeiro namorado (quando eu tinha 16 anos) invadindo o ensaio de sábado á tarde para me roubar do meio da cena para dizer: “Sou eu ou o teatro!”.
O olhar de todos do ensaio deslocou-se da cena teatral no palco, para desoladora briga de namorados na cabine de som e luz. E entre gritos, beijos, te amos, empurrões...
A última palavra foi TEATRO!
Ele era lindo! Mas não soube me decifrar!Não me arrependi da decisão que tomei. Como em geral não costumo me arrepender das coisas que faço ou deixo de fazer.
Agora estava tentando relembrar o que havia respondido à Marco...
Em questão de meio minuto, creio que lhe disse que NÃO, SIM, NÃO SEI, DEPENDE.
( Ah! Marco aí está o avesso da perfeitinha!)
Na madrugada analisei cada uma das respostas que tive a lacônica capacidade de lhe dar:
-NÃO...Claro que não, pois o que quer que eu viva, independente do que venha a acontecer, o teatro sempre estará em mim. Já corre nas minhas veias, dá cor ao meu sangue de artista, guerreira! NÃO por que onde quer que eu vá sempre haverá uma maneira de estar em contato com teatro, mesmo que não seja como atriz. Pode ser escrevendo, ministrando cursos, fazendo aulas, ou ainda como público.
-SIM, por que sempre haverá arte onde quer que eu vá, por que a arte habita em tudo. SIM, por que não sou uma idéia cristalizada, parada no tempo e no espaço, numa única forma. SIM por que clamo diariamente ao universo que me transporte desta forma que tenho, que sou, à uma nova forma. Maior e mais livre. Olhando por esta ótica conseguiria SIM viver sem o que até agora tem sido a base maior da minha vida. Mas sei também que quando a gente fica sem base tende a se apoiar na primeira coisa que vê!
-Quanto ao NÃO SEI, é por que não sabemos nada nesta vida, e é impossível saber algo por completo sem vivenciar na prática. NÃO SEI, por que nada sabemos do amanhã, por mais que queiramos delimitá-lo, projetá-lo, demarcá-lo. E se por acaso nosso amanhã for previsível, será chato demais. Qual a graça de viver se já soubermos o que vai acontecer?
-Agora quanto ao DEPENDE, tudo é relativo, tudo DEPENDE do como, do onde, do quando. E principalmente do que faria se não vivesse de teatro. E a resposta deste O QUE precisa ser repleta de prazer, de alegria, de vida, de emoção, de aventura e amor.
Pois bem Marco, acho que sua pergunta está respondida!
Caramba! A que reflexão você me levou hein!
O mais incrível de responder a uma pergunta é justamente quando não temos a resposta a ela.
Despeço-me com a melodia de Caetano Veloso nos ouvidos no início deste começo de primavera: “Amanhã será um lindo dia, da mais louca alegria que se possa imaginar...”
Ou não !(para parafrasear um pouco Caetano.)
AQUELE ABRAÇO!

LucY
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A imagem peguei no google:

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Passa Passará...



A vida é a arte do encontro ...disse o poeta, o poetinha que também cantou a beleza da garota "que passa no doce balanço a caminho mar"...
No meu discreto e indiscreto caminhar, às vezes me vejo um pouco assim, à caminho...
a diferença é que na maioria das vezes não estou à caminho do mar.
Passo em mim mesma, suave, num doce pensar.
Observo atenta aqueles que por mim, de alguma forma passam. Os que passam por passar e os que ao passar deixam sua marca...Penso nestas pessoas que encontramos diariamente mas que jamais vão de fato comungar alguma idéia com o nosso 'passar'.
'Tudo passa!' disse minha mãe um dia 'até uva passa...'
Sejam os carros ou as pessoas tudo passa enlouquecidamente. Mas há quem passe como se o mundo fosse uma imensa Escola de samba na Sapucaí em terça- feira gorda de carnaval.
E não há dúvida sempre haverá aquelas pessoas que estarão na comissão de frente, no melhor estilo " Deus disse desce lá e arrasa."
Com esplendores gigantescos de história, haverá em nós espaço para os destaques , e estes, mesmo que nada façam lá estarão a acenar para nossas dúvidas, enlouquecer nossas lembranças...ocupando vários alqueires de nosso sentimento.
Tem também um bando de gente que surge em nossas vidas, como ala coreografada: alegre, divertida, encantadora...mas igual e previsível. Na prestação de contas a gente nem lembra quem eram estas pessoas. Lembramos apenas dos momentos que elas passaram conosco, e tão previsívelmente vivenciaram aqueles instantes. Guarda-se a coreografia, esquece-se a fisonomia.
Estonteantes são aquelas pessoas que vem em nossas vidas como a ala das bahianas: imprescindíveis ao sucesso do desfile de nome vida, mas trazem vertiginosas consequências. Passam rodando e deixam no olhar e nas idéias um giro indecoroso, que no menor ruído reacende-se e incendeia tudo dentro e fora da gente. Fazem um verdadeiro carnaval com nossos sentimentos, picantes como acarejé!

Na ala da comunidade, vem aqueles que você vê, e convive. Os que estão sempre ali, mas você não dá a mínima.
A ala de turistas... movimenta-nos fora do rítmo, sacode os pensamentos. Esta ala te chama de tupiniquim, numa língua que você nunca irá entender e você ainda se sente lisonjeada. Esta ala geralmente tem olhos claros e passa rápida, sorridente e descompassada...literalmente fora da batida do seu samba, mas passa, e a gente dificilmente esquece...

O terrível são as pessoas que passam na vida da gente como bateria, colocam-se retumbantes no recuo do seu coração e quando se vão deixam uma batida enlouquecida que permanece.
Terão ainda aqueles casais de mestre sala e porta bandeira, que farão sua evolução, fazendo sua cabeça ficar torta de tanto observar seus breves e exímios rodopios... Serão o exemplo ...mas passarão!
Para as mulheres o terrível é lembrar que sempre haverá em suas vidas o raio da madrinha de bateria...que com sua infernal perfeição leva a bateria da gente para o recuo, e depois ainda vai embora, alegre e contente, carregando de nossas vidas a deliciosa e retumbante sensação rítmica, a razão de ser, o entusiasmo. Para os homens ver a madrinha de bateria da vida passar é o auge, é a jóia maior do criador personificada em carne osso e pecado. E quando ela passa na vida de um homem...é pior que trio elétrico de pré carnaval fora de época...Por que a madrinha...é tudo, e mais um pouco! É veneno e antídoto na mesma dose. E nada fará que ela passe, ela sempre ficará, com seu rebolado que é quase um poema, com seu riso impregnante, fascinante...E ainda por cima sem celulite aparente.

Lá no fundo, em lugar especial, passarão os que ajudaram a construir seu caráter, que adubaram a sua essência: a velha guarda. Vivida e sábia!!!

Como todas as coisas...

Como todas as pessoas...

Tudo passará!
Mesmo que passar não signifique nada!

Sempre haverá o transeunte de belos olhos, a patricinha, o mendigo, a espalhafatosa, o carro importado, o turista clichê... E eles todos passarão!!
E terão os que sacudirão nossas idéias, até enlouquecernos inconscientemente, como o samba enredo de escola campeã do segundo grupo que inesperadamente faz levantar a arquibancada.

E entre infinitos rostos e palavras que passam no mundo real ou virtual...algum sempre ficará!
E depois de tudo isto ainda há a certeza de que há outra escola de samba ali na concentração aquecendo os tamborins, e com a idéia fixa de arrasar em sua passada...
E quando tudo acabar...uma certeza há de restar...outros carnavais virão!!! E eles assim como nós também vão passar...
E se agora eu passo! E que seja em grande estilo...
Com todo o feeling necessário à fazer de minha vida, e das que pela minha passam um desfile de arrasar!!!
E espero que minhas palavras não passem como amor de carnaval. Espero que minhas palavras enviesadas virem marchinha de salão para por muitos e muitos carnavais aquecer o coração daqueles que por aqui passarem...

Pronto demorou mas passei...

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LucY passando...

Aquele abraço!!!

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A imagem foi retirada do site:

http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.danecommodities.com/images/bulk/large_nts_raisins.jpg&imgrefurl=http://www.muitogostoso.com.br/informacao/view/Creditos-de-Fotos---Ingredientes-N---Z/&h=427&w=372&sz=44&hl=pt-BR&start=4&usg=__jxcy3LQGyBsYfyjEn-P1ELt2ilo=&tbnid=9T34oy7PKeMLsM:&tbnh=126&tbnw=110&prev=/images%3Fq%3Duva%2Bpassa%26gbv%3D2%26ndsp%3D20%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Eu Parodoxo




Estava pensando como me definir...
E o melhor que fiz foi descobrir que sou indefinível...
é extremamente difícil definir o indefinível ...
Na busca de um adjetivo especial
de um conceito genial
de mim para mim mesma..
me pus a pensar...
e entre idas e vindas,
pessoas, cidades, lembranças e momentos virtuais...
Fui encontrando pedaços do Mosaico LuCy...
tão variado e complexo!!!

O "work in process"...
a obra inacabada,
a obra em constante construção...

um pedaço de mim é pura aventura
e outro clama incessantemente por estabilidade,
e não sei viver sem nenhum deles.

sou doçura e amargor na mesma dose!
whisky cowboy no meio da madrugada
suco de laranja ou leite com nescau ao amanhecer!

Amante da noite...
parodoxalmente apaixonada pela luz do sol...
e tanto uma praia como uma biblioteca me fazem feliz...

volta e meia faço da praia minha biblioteca...
embora acredite que minha praia mesmo é estar entre prateleiras gigantes de livros!!!

Leio muito
não apenas as palavras do livros que carrego comigo ,
mas também as palavras secretas do livro sem palavras que ELE construiu para mim
e para todos,

( eu percebo desta forma pois só eu tenho o meu olhar...
este olhar)

sou um pedaço do caos em meio a paz
tranquilidade absurda em meio a baderna...

sou a força e o medo
flor do campo e cactos

movimento
inerte no ar
salto indecoroso


furacão e bonança

tecnologia
e simplicidade

café com pão
nutella alemão

sou um sem fim de coisas diferentes
paixões infinitas
amor pueril

a dramática
a cômica

cosmopolita que anseia (volta e meia) o bucólico entediante
provinciana na medida
moderada com razão
apaixonada sem por quê
Uma maluca séria
fascinante
interessante...

Doce dulce dolce


uma loucura ser eu
sou tudo...
quase nada!!!

LucY para os íntimos...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Pedir socorro e socorrer...


Desde a última postagem para hoje percebi que os abismos as vezes tendem a ser maiores do que pensamos...e que a mão que acreditamos que irá nos socorrer nem sempre é a que estende-se para ampararnos. As vezes impelidos pela força do salto, na loucura incessante de pensamentos mil que nos invadem, sem sequer termos tempo de pensar que o salto pode nos conduzir não para sermos socorridos, mas sim para socorrer! Quando isto acontece é quase como se o salto invertesse e a terra virasse de patas para o ar. O mundo ficasse ao revés. Criamos expectativas, e delas colhemos angústias, e das angústias nos resta apenas caminhar para a dor...mas quando as coisas se invertem...as dores que tínhamos, os problemas que ilusoriamente construimos para sermos as vítimas de nós próprios, os esquecidos do Deus pai, ah...elas se vão, se esvaem sem mais nem menos...como se o fim do salto fosse um espelho de inversões, onde não mais vemos a nós como queremos e somos, mas distorcidos pelas circunstâncias de que o mundo é sim melhor do que cremos. E que a nossa vida por pior que seja está sempre bem melhor do que a de meio mundo...
Além do mais as ilusões fazem parte...Não me refiro apenas as amorosas, até por que tenho tido a sorte (ou não) de não ter desilusões nesta categoria. E isto por si só, sem sombra de dúvidas, já seria mais que um motivo para preocupar-me, pois se não as tive é por que não amei o suficiente, só se desilude amorosamente quem ama...mas não pretendo aqui problematizar a desilusão que não me veio...só queria mesmo dizer, que é necessário jogar-se, quando der vontade, jogar-se não apenas por jogar-se, pois aí não vale a pena... é como comer por gula...mastiga-se pela saciedade e não mais pelo sabor...Jogar-se para ser inteiro, jogar-se para desarmar-se, libertar-se...para agir, viver...não deixar-se morrer aos poucos ...Jogar-se por que a vida é jogo!E jogue-se ...
um pouco samba,
um pouco tango,
e vez ou outra funk...
Não faz mal a ninguém ... sem jogo de cintura não dá...


Vez ou outra mparando
ou socorrendo
infinitas são asvias que a vida nos propõe...
jogue-se...
e veja no que vai dar...

Fui
pois´já está mais que na hora de me jogar na cama e curtir aquele sono!!!
Aqueles sonhos...

amanhã realidade...
por hoje me despeço com aquele abraço ... pois ele é ótimo para quem socorre e para quem é socorrido!!!

Bye...

LucY GucY
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Imagem foi retirada da internet

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Começo


Começo é sempre começo... é ótimo!O início de algo novo sempre traz consigo um quinhão de mistério com sabor de aventura. O início é desprovido de preconceitos, é quase como um salto de um abismo em névoa, com as mãos vazias. É tudo e nada...É um sem fim de possibilidades desconhecidas, é puro despreendimento...
Como tudo, o início também tem o seu lado sinistro.Tem o seu lado caótico...e este mora justamente na expectativa... Esta incrível palavra de nome espetacular, que conduz às maiores decepções...
Por isto, neste momento, não quero nem ao menos pensar o que escreverei aqui. Não importa qual será o público alvo do blog ou como as pessoas que lerem minhas palavras vão reagir. Neste instante quero apenas me jogar no fascinante abismo que descortina-se aos meus pés e ver no que vai dar... Esteja convidado a saltar comigo...

Aquele abraço!!!

LucY GucY
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Imagem retirada da internet