A vida é a arte do encontro ...disse o poeta, o poetinha que também cantou a beleza da garota "que passa no doce balanço a caminho mar"...
No meu discreto e indiscreto caminhar, às vezes me vejo um pouco assim, à caminho...
a diferença é que na maioria das vezes não estou à caminho do mar.
Passo em mim mesma, suave, num doce pensar.
Observo atenta aqueles que por mim, de alguma forma passam. Os que passam por passar e os que ao passar deixam sua marca...Penso nestas pessoas que encontramos diariamente mas que jamais vão de fato comungar alguma idéia com o nosso 'passar'.
'Tudo passa!' disse minha mãe um dia 'até uva passa...'
Sejam os carros ou as pessoas tudo passa enlouquecidamente. Mas há quem passe como se o mundo fosse uma imensa Escola de samba na Sapucaí em terça- feira gorda de carnaval.
E não há dúvida sempre haverá aquelas pessoas que estarão na comissão de frente, no melhor estilo " Deus disse desce lá e arrasa."
Com esplendores gigantescos de história, haverá em nós espaço para os destaques , e estes, mesmo que nada façam lá estarão a acenar para nossas dúvidas, enlouquecer nossas lembranças...ocupando vários alqueires de nosso sentimento.
Tem também um bando de gente que surge em nossas vidas, como ala coreografada: alegre, divertida, encantadora...mas igual e previsível. Na prestação de contas a gente nem lembra quem eram estas pessoas. Lembramos apenas dos momentos que elas passaram conosco, e tão previsívelmente vivenciaram aqueles instantes. Guarda-se a coreografia, esquece-se a fisonomia.
Estonteantes são aquelas pessoas que vem em nossas vidas como a ala das bahianas: imprescindíveis ao sucesso do desfile de nome vida, mas trazem vertiginosas consequências. Passam rodando e deixam no olhar e nas idéias um giro indecoroso, que no menor ruído reacende-se e incendeia tudo dentro e fora da gente. Fazem um verdadeiro carnaval com nossos sentimentos, picantes como acarejé!
Na ala da comunidade, vem aqueles que você vê, e convive. Os que estão sempre ali, mas você não dá a mínima.
A ala de turistas... movimenta-nos fora do rítmo, sacode os pensamentos. Esta ala te chama de tupiniquim, numa língua que você nunca irá entender e você ainda se sente lisonjeada. Esta ala geralmente tem olhos claros e passa rápida, sorridente e descompassada...literalmente fora da batida do seu samba, mas passa, e a gente dificilmente esquece...
O terrível são as pessoas que passam na vida da gente como bateria, colocam-se retumbantes no recuo do seu coração e quando se vão deixam uma batida enlouquecida que permanece.
Terão ainda aqueles casais de mestre sala e porta bandeira, que farão sua evolução, fazendo sua cabeça ficar torta de tanto observar seus breves e exímios rodopios... Serão o exemplo ...mas passarão!
Para as mulheres o terrível é lembrar que sempre haverá em suas vidas o raio da madrinha de bateria...que com sua infernal perfeição leva a bateria da gente para o recuo, e depois ainda vai embora, alegre e contente, carregando de nossas vidas a deliciosa e retumbante sensação rítmica, a razão de ser, o entusiasmo. Para os homens ver a madrinha de bateria da vida passar é o auge, é a jóia maior do criador personificada em carne osso e pecado. E quando ela passa na vida de um homem...é pior que trio elétrico de pré carnaval fora de época...Por que a madrinha...é tudo, e mais um pouco! É veneno e antídoto na mesma dose. E nada fará que ela passe, ela sempre ficará, com seu rebolado que é quase um poema, com seu riso impregnante, fascinante...E ainda por cima sem celulite aparente.
Lá no fundo, em lugar especial, passarão os que ajudaram a construir seu caráter, que adubaram a sua essência: a velha guarda. Vivida e sábia!!!
Como todas as coisas...
Como todas as pessoas...
Tudo passará!
Mesmo que passar não signifique nada!
Sempre haverá o transeunte de belos olhos, a patricinha, o mendigo, a espalhafatosa, o carro importado, o turista clichê... E eles todos passarão!!
E terão os que sacudirão nossas idéias, até enlouquecernos inconscientemente, como o samba enredo de escola campeã do segundo grupo que inesperadamente faz levantar a arquibancada.
E entre infinitos rostos e palavras que passam no mundo real ou virtual...algum sempre ficará!
E depois de tudo isto ainda há a certeza de que há outra escola de samba ali na concentração aquecendo os tamborins, e com a idéia fixa de arrasar em sua passada...
E quando tudo acabar...uma certeza há de restar...outros carnavais virão!!! E eles assim como nós também vão passar...
E se agora eu passo! E que seja em grande estilo...
Com todo o feeling necessário à fazer de minha vida, e das que pela minha passam um desfile de arrasar!!!
E espero que minhas palavras não passem como amor de carnaval. Espero que minhas palavras enviesadas virem marchinha de salão para por muitos e muitos carnavais aquecer o coração daqueles que por aqui passarem...
Pronto demorou mas passei...
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LucY passando...
Aquele abraço!!!
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A imagem foi retirada do site:
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terça-feira, 16 de setembro de 2008
Passa Passará...
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