sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

DelíRIO Febril




Ano novo chegou e já vai passando. Fim de janeiro chegando...
Eu tento equilibrar-me em meu desequilibrado sentir...
Da mesa de cabeceira Marco Polo me acena de seu fabuloso livro de maravilhas. Lá fora noite...
Para variar um pouco chove. Em mim, (para variar também) dúvidas sem fim, mas também tantas certezas impalpáveis. Se certas fossem, não seriam infinitas.
Ah Marco Polo temo crer que me perdi de sua rota. Mas talvez seja o contrário:
Você se perdeu da minha...
Não importa, nada importa, e tudo merece ser tratado com importância.
Os fogos da virada foram mais longos do que pensava... Mais bonitos que esperava. Assustadores em sua apoteótica beleza. Não vou ser hipócrita em dizer que me encantei, tão pouco seria casmurra ao ponto de dizer que os odiei... Faltou apenas comunhão...
Não consegui comungar da energia embriagante, tropical e entorpecida da beira mar... Não bebi... E tudo foi muito estranho, por ser tão comum e trivial! Não comprei uvas, nem larguei meus pedidos num barquinho de papel para Iemanjá. Não pulei as sete ondas. Sonolenta, me desconheci. Apenas me detive alguns segundos em meio aquele caos, para agradecer o término de 2008, agradeci as alegrias das coisas boas, e o aprendizado que vieram com as coisas ruins. E assim saudei a chegada de 2009.
Em meio aquela baderna pedi paz!
Pensei no mundo
(e não nego, que acredito que naquele instante só eu pensava em alguma coisa)
Depois de pensar no mundo pensei no mapa...
Na bota!!!
E assim percorrendo as bobagens saltitantes de minhas idéias, pensei que idéia não tem mais acento... E achei isso tão sem graça, tão sem propósito.
Ao deitar morri e pouco ou nada sonhei...
E Marco Polo onde andará?
É possível que eu jamais saiba!
Bobagens Marco Polo não existe!
Eu não existo!
Sinceramente, minha fértil imaginação não tem cabimento!
Raios de sexto sentido!
Droga de distância...
Distância é número, número é matemática...
Ah sempre a matemática a me atordoar!!!
Porra de crise econômica...
Crise econômica é matemática...
Merda de romantismo que se apossa de minhas sensações, enfeita meus sentimentos, toma conta de minhas palavras...
E romantismo o que tem haver com a matemática?
Sei lá...melhor nem pensar!
Com tantos fogos no céu, não prestei atenção nas estrelas.
Não me deprimi com este fato, pois sei que mesmo sem vê-las elas estão todas lá...
Assim como sei que Marco Polo existe em algum lugar perdido no tempo e no espaço... E se não for assim uma certeza resta: Marco Polo existe e sempre e existirá em mim...
E não é real ou virtual...
Apenas genial...
O longo banho de mar da última tarde ensolarada de 2008, cansou-me braços e pernas...
O sol na cabeça, a multidão na praia...
O sol do Gayatri...
Grande luz do universo...
Ah ... acho que o sol agora queima em meu corpo.
Não apenas na pele, já mais dourada...
Queima junto com meus delírios...
Febre...
DelíRIO...
Que delícia...
As vezes faz –se crucial delirar!

Quanto a 2009, iniciou com chuva...
Nariz entupido...
Não pode - se negar a realidade nua e crua...
Ou vestida e cozida!
Tanto faz...
Melhor estar cozida do que assada, frita!
Realidade é realidade.
E eu com frio e calor!
Calafrio...
Melhor seria calar para não falar besteira!
Melhor seria estar no frio!
Mas 2009 começou quente em mim...
E assim delirante resolvi perceber o que a chuva me diz...
Se é que possa existir alguma realidade em palavras febris...
(Chá de limão! )
Se é que chuva diz alguma coisa...
Melhor crer no que se quer do que sucumbir a delírios pessimistas e doentis...

I’m sigging in raining...

De doentia já tenho minha loucura, minhas paixões
De quente me resta à febre.
E a certeza de que não será sempre assim!!!
Afinal 2009 está apenas começando...
Não compreendeu?
Não faz mal... volte aqui no dia que estiver queimando em febre talvez minhas palavras pareçam mais claras...Façam mais sentido...
Encontrar o sentido das coisas sem sentido é uma arte, um dom!
Tudo são delírios? Ou não! Tanto faz!
Quer saber? Tô delirando!

“Deixa eu cantar pro meu mundo ficar Odara…
Deixa eu dançar pro meu corpo ficar Odara,
Para ficar tudo jóia rara...
Qualquer coisa que se sonhara...”

Para não perder o hábito...

Aquele abraço!!!
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A imagem de meu delírio saiu de